Modelo de trabalho híbrido: colaboração e conectividade

Com o retorno parcial ao ambiente corporativo, as equipes de trabalho vêem-se inseridas em uma forma de atuar que mistura o home office e a presença na empresa.

Novo normal, pós-pandemia, retomada… São muitos os nomes dados ao que estamos vivendo, e nenhum deles dá conta de abarcar toda sua complexidade. O que é inegável é que a maneira de trabalhar mudou, e soluções de colaboração se fazem necessárias para que o trabalho híbrido aconteça de forma tão eficaz quanto saudável.

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Em conversa com o blog da Orange Business, Leandro Laporta, diretor de Arquitetura de Soluções e Parcerias para a América Latina da empresa, comenta as lições trazidas pela experiência da empresa com o modelo híbrido antes e depois do coronavírus. Fala, também, das condições que garantem o melhor aproveitamento dessa configuração, sem deixar de lado questões de saúde mental e segurança, que vieram à tona durante os últimos meses.

Orange Business: Quais os benefícios desse modelo de trabalho? Por que os tempos recentes trouxeram muita discussão sobre os aspectos negativos do home office, como a sobrecarga digital?

Leandro Laporta: O que hoje eu vejo que tem impactado muito para a saúde mental não é a tecnologia e, sim, a situação sanitária que estamos vivendo. A tecnologia só ajuda: você pode ficar em casa quando seu filho acorda doente, quando a cidade em que você mora está com problemas de mobilidade. É a falta de interação social que tem se mostrado a principal fonte de problemas. Falo muito com meu time se eles querem ou não voltar ao escritório, e eles me respondem que não é tanto uma questão de estar em casa ou no escritório, e sim o fato de não poder encontrar amigos, de não poder terminar o trabalho e ir para um parque ou um bar, que os afeta.

Orange Business: Ainda assim, precisamos reconhecer que muitos trabalhadores experimentaram problemas como sobrecarga digital, depressão e ansiedade. Existem meios de atenuar ou mesmo evitar que essas questões venham em consequência da colaboração digital?

Leandro Laporta: Há muitas medidas que são bastante benéficas se adotadas. Abrir o vídeo é importante, pois a pessoa que está do outro lado precisa saber que estou efetivamente falando com ela, e não me ocupando de outra coisa. Mas em excesso, o vídeo pode dar uma sensação de saturação, por isso é bom alternar recursos de áudio, de vídeo e até mesmo a interrupção da comunicação online. Colaboração não é sinônimo de estar conectado o dia inteiro. Recentemente, o CEO da Orange Business na Índia, Bala Mahadevan, publicou um artigo no qual ele trata do tema mais detalhadamente. Entre outras coisas, ele fala da importância de não ter medo em pedir ajuda, tanto técnica quanto emocional, aos colegas de trabalho; da importância de estabelecer uma rotina, de manter conversas que não sejam sobre assuntos profissionais. Enfim, de reestruturar a vida para o momento atual.

Orange Business: Do ponto de vista das ferramentas, o workplace híbrido traz exigências particulares que são diferentes daquelas necessárias para o trabalho remoto?

Leandro Laporta: É preciso entender que trabalho híbrido não é sinônimo de pegar o computador do escritório e levar para trabalhar em casa. Quanto mais constante o trabalho remoto, maiores as exigências. Uma coisa é você trabalhar um dia na semana de casa, outra bem diferente é ter, como todos tivemos, uma rotina constante no trabalho doméstico. Qualquer problema tecnológico que eu tiver enquanto dentro da empresa, basta ligar para o Help Desk. Em casa, a responsabilidade é minha, sou eu o responsável pela infraestrutura. O mesmo vale para as ferramentas de colaboração. Dessa forma, aqueles colaboradores que tinham mais dificuldade com tecnologia precisaram confrontá-lo para aprender um pouco mais sobre tecnologia e ter maior autonomia. Existem ainda questões de segurança, de isolamento acústico. Para que esse modelo híbrido seja sustentável, é preciso avaliar as necessidades da empresa como um todo e da cada colaborador individualmente.

Orange Business: Você mencionou a segurança. As pessoas ainda têm dificuldade de entender a importância da confidencialidade quando atuam em home office?

Leandro Laporta: Imagine a seguinte situação, que é bastante possível de acontecer: você está fazendo uma reunião na qual trata de assuntos estratégicos e seu filho está fazendo uma videoaula ao lado. A confidencialidade já se perdeu. Esse foi um aspecto no qual as pessoas já não prestavam a devida atenção antes da pandemia – era comum você ver pessoas com seus laptops e smartphones falando de assuntos corporativos em um café ou espaço público. Mas assuntos estratégicos não podem ser tratados em um Starbucks ou em uma máquina desprotegida . É preciso estar em uma sala privada, com um VPN seguro, usando uma conexão estável. Por isso, é essencial ter essa segurança estruturada antes mesmo de escolher as ferramentas de colaboração.

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Leandro Laporta
Leandro Laporta

Leandro Laporta ingressou na Comunidade Climate Fresk há 2 anos e tem trabalhado com Sandra e Bertrand para disseminar essa iniciativa como facilitador nas Américas. Ele é um a peça - chave na América Latina, ajudando a criar um grupo de Facilitadores para workshops a serem realizados tanto em português quanto em espanhol. Tem como objetivo treinar a equipe da LAM e, acima de tudo, nos ajudará a alcançar nosso objetivo global de ter 60% dos funcionários da Orange Business capacitados até o final do ano.