Pesquisa aponta que supply chain emerge da crise global conforme empresas se concentram em insights de dados para mitigar riscos

De acordo com o estudo feito pela Orange Business, pandemia fez empresas investirem em mais velocidade, agilidade e inovação para lidar com as mudanças

Uma pesquisa da Orange Business descobriu que as cadeias de abastecimento foram incapazes de lidar com a crise ocasionada pela pandemia da Covid-19, em 40% das multinacionais. A pesquisa, realizada com 320 empresas com foco nos setores de manufatura, transporte e logística, revelou que essa situação global mudou drasticamente as atitudes em relação ao tema “risco”.

Cerca de 83% dos entrevistados disseram estar mais conscientes hoje sobre os riscos da cadeia de suprimentos, como escassez de matéria-prima, paralisações de fabricação ou bloqueios de transporte, do que há 12 meses. A pandemia os fez perceber que precisam de mais velocidade, agilidade e inovação para lidar com as mudanças. Construir resiliência e sustentabilidade por meio da digitalização e insights de dados em tempo real é uma prioridade para as estratégias de transformação, além de ser essencial para a sobrevivência de muitas empresas.

Reforço para a cadeia de abastecimento

Oito em cada dez dizem que aceleraram suas estratégias digitais de supply. Além disso, quase 50% das empresas pesquisadas disseram que, agora, estão analisando a revisão das estratégias de aquisição e gestão de riscos nos próximos dois anos. A automação também deve aumentar para lidar com os níveis de demanda. Atualmente, 42% dos respondentes estão usando a tecnologia para gerenciar riscos e isso tende a dobrar em dois anos.

Dois em cada cinco entrevistados disseram que a cadeia de suprimentos não conseguiu lidar com o auge da crise. Capacitadores tecnológicos, incluindo inteligência artificial (IA), nuvem, 5G e análise de big data, devem desempenhar papéis importantes no fortalecimento do supply chain por meio do aperfeiçoamento do planejamento e da execução. A coleta e o compartilhamento de dados em tempo real melhoram a eficiência e a visibilidade em toda a cadeia, enquanto oferecem suporte aos relacionamentos entre fornecedores e fabricantes para que decisões mais inteligentes sejam tomadas.

"A crise de saúde em todo o mundo fez com que as organizações aceitassem a fragilidade de seus ecossistemas. Lacunas devem ser preenchidas para garantir visibilidade em uma escala global e minimizar o risco para o negócio. As tecnologias e recursos digitais são a chave para permitir que as empresas e seus parceiros reinventem sua cadeia de suprimentos com segurança. A digitalização e a coleta de dados também serão os principais capacitadores para nos tornarmos mais sustentável e economizar custos".

Kristof Symons, vice-presidente executivo internacional da Orange Business

Programas de sustentabilidade

Embora a crise tenha prorrogado a agenda de sustentabilidade de muitas corporações, a pesquisa revelou que, para 59% dos entrevistados, não administrar um negócio ético e sustentável é um perigo comercial significativo com risco sobre os resultados financeiros. As fábricas inteligentes podem economizar 30% nos custos de energia, por exemplo.

Além disso, 85% disseram investir para se tornar mais sustentável. Isso inclui novas tecnologias de coleta de dados para fornecer uma visão melhor das métricas de sustentabilidade e de fatores de gerenciamento e controle, como o uso de energia.

"A pandemia vai parar de algum modo. Mas mudanças climáticas, de sustentabilidade, bem como essas tendências e riscos, estarão aqui pelas próximas décadas. O European Green Deal vai colocar mais pressão sobre as partes interessadas para identificar as origens das emissões e minimizar sua ‘pegada’ ambiental. O supply chain é um elemento importante nesse debate".

Erwin Verstraelen, CDO e CIO do Porto de Antuérpia

Se as ações das organizações seguirem sua ambição, os programas de gestão da sustentabilidade orientados digitalmente se tornarão quase universais dentro de dois anos.

O relatório, intitulado Real-time Intelligence and the Future of Supply Chains, entrevistou 320 executivos de multinacionais em 18 países entre agosto e outubro de 2020. A pesquisa foi realizada para a Orange Business pelo grupo de pesquisa independente Longitude, uma empresa do Financial Times.